Apicultores transportam colmeias para recuperar produção de mel

Apicultores transportam colmeias para recuperar produção de mel

Webmaster 16/07/2013 - 08:36
Técnica de migração apícola é praticada na região de Pirassununga (SP).
Aumento do cultivo de cana reduziu presença de flores na área rural.


Apicultores de Pirassununga (SP) encontraram uma solução para recuperar a produção de mel, reduzida com o aumento do cultivo de cana-de-açúcar e a perda de espaço dos pomares de laranja na região. Eles estão mudando as colmeias de lugar e levando as abelhas até as flores, técnica batizada de migração apícola.

Ao redor das colmeias está a área de preservação do sítio de Geraldo Bennini, que é apicultor há 33 anos. Mas apesar das várias árvores nativas, a vegetação não é suficiente para garantir a produção de mel. Conforme a plantação de cana foi se aproximando da propriedade, a situação se complicou e as abelhas africanizadas não encontraram mais flores.

Tudo ficou ainda mais crítico nos últimos anos, com as doenças nos laranjais, principalmente o greening. “Comecei perdendo mais de 30% e com a doença veio o uso do agrotóxico e a perda foi total”, afirmou o apicultor.

A alternativa encontrada foi levar as colmeias até os locais onde ainda são encontradas as floradas. As caixas com as abelhas são fechadas com tela e ainda é colocada uma espuma na entrada do ninho. Depois, tudo é colocado em caminhões e o transporte deve ser ágil para evitar o stress e a mortandade das abelhas. Das 150 colmeias de Bennini, 100 foram levadas para uma fazenda de laranja, distante sete quilômetros. A expectativa é de que cada caixa resulte em 30 litros de mel.

As colmeias ficam em área de reserva próxima aos pés de laranja e a florada está prevista para o fim de agosto e início de setembro, mas é importante que as abelhas já estejam no local para ambientação. Como o inverno tem sido chuvoso, a florada deve ser bastante irregular. O que pode prejudicar a colheita da laranja,vai ser garantia de alimento para as abelhas.

Bennini é um dos 65 apicultores da região e a procura pela migração de abelhas é cada vez maior e cerca de 30% querem expandir a produção para outros locais devido a condições desfavoráveis. Na safra apícola passada, foram 180 toneladas de mel e a expectativa para este ano é de 150.

Sebrae
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) trabalha para ajudar o setor e o objetivo é garantir mais quantidade e qualidade do mel, além de acesso ao mercado consumidor. “Boa dose de planejamento, com antecipação para que eles possam evitar problemas no decorrer da atividade, horário agendado, para não ter imprevistos”, explicou o consultor do Sebrae Luís Adriano Pinto.
O serviço está elaborando um manual com informações técnicas sobre a migração da colmeia e ainda os critérios de acesso às áreas particulares. “Facilidade no acesso às grandes áreas de eucalipto e citros para dar garantias para quem é parceiro e para os apicultores”, disse Pinto.

Mas, em algumas ocasiões, a migração apícula envolve custos. No fim do ano passado, o apicultor João Plenco levou 400 colmeias para uma plantação de eucalipto em São Simão, na região de Ribeirão Preto. Pagou R$ 10 para que cada colmeia ficasse por lá e como o resultado ficou longe do esperado, teve prejuízo.

“Fica difícil porque tem o custo da locação e do transporte”, comentou. De todas as colmeias que tem, 60 estão em uma plantação de eucalipto em Pirassununga e outras estão em cidades como Caconde e até em Bauru. “Eu tenho alguns pomares com um pouco de botão de flor e isso serve para incentivar as abelhas para aumentar a população para a florada, que é quando a gente visa a produtividade”, afirmou.

Logo do Facebook Deixe seu comentário