Impacto ambiental provoca a 3ª maior mortandade da história do Mogi Guaçu

Impacto ambiental provoca a 3ª maior mortandade da história do Mogi Guaçu

Webmaster 14/10/2013 - 10:39
Assessoria de Comunicação do CEPTA-ICMBio de Pirassununga divulgou nesta semana nota oficial sobre incidente ocorrido na última semana no rio Mogi Guaçu com o vazamento de resíduos de uma usina. Confira abaixo a íntegra da nota:

Após o rompimento de uma das lagoas de contenção de resíduos da Usina Santa Rita, ocorrido na sexta-feira, 4 de outubro, por volta das 19 horas, e situada às margens do rio Mogi Guaçu, no município de Santa Rita do Passa Quatro-SP, o CEPTA – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais, situado em Pirassununga-SP, realizou em conjunto com o Ibama – Ribeirão Preto, acompanhamento em toda a região afetada pelo acidente, onde constatou a gravidade do dano provocado à toda a fauna aquática do rio Mogi Guaçu, consequentemente afetando as gerações futuras da fauna do ecossistema Mogi-Pardo-Grande.

O acidente industrial lançou volume significativo de resíduo industrial da usina de álcool no leito do rio Mogi, que provocou mortandade de peixes. Equipes do CEPTA, que durante dois dias percorreram o rio desde a origem do derramamento, constataram que a mancha de resíduo percorreu uma extensão de pelo menos 110 quilômetros de extensão, desde o local do acidente, em Santa Rita do Passa Quatro, até proximidades do município de Guatapará-SP.

Moradores locais informaram que o resíduo lançado permaneceu visível na região por até dois dias, sendo que A 90 km do local do acidente ainda era possível identificar manchas do resíduo nas margens do rio. Este trecho de rio é de extrema importância para a conservação da fauna aquática do rio Mogi, uma vez que atravessa glebas do Parque Estadual Vassununga e a Estação Ecológica de Jataí, locais com grande concentração de lagoas marginais, importantes como locais de reprodução de peixes.

O rio Mogi Guaçu é considerado um dos maiores berçários de peixes de água doce do estado de São Paulo e atualmente encontra-se amparado pelo Plano de Ação Nacional Mogi-Pardo-Grande, que prevê ações de proteção às espécies ameaçadas de extinção em todo o ecossistema.

O CEPTA constatou a mortandade significativa de exemplares de várias espécies, como cascudos, curimbatás, piaparas, lambaris, canivetes, pintados, cacharas, piavas, peixes-sapo, mandis, pirambevas, sendo que o peixe-sapo e o curimbatá-de-lagoa encontram-se constantes da lista de espécies ameaçadas de extinção.

Muitos exemplares encontrados mortos foram dissecados, as fêmeas ovadas apresentando estado gonadal em desenvolvimento, significando que as mesmas já se encontravam em período de piracema, com possível desova na região de Cachoeira de Emas no final de novembro a início de dezembro. Com isso, parcela significativa das espécies que já se encontravam no início da piracema foram mortas, que afetarão diretamente os estoques de peixes futuros no rio Mogi Guaçu.

A responsabilização do acidente ambiental encontra-se a cargo da CETESB. O trabalho do CEPTA visa contribuir com todo o procedimento de apuração do dano ambiental.

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