Seca prejudica período da Piracema no Rio Mogi Guaçu, afirma o Cepta

Seca prejudica período da Piracema no Rio Mogi Guaçu, afirma o Cepta

Webmaster 06/02/2014 - 08:30
A pior seca dos últimos 40 anos no Rio Mogi Guaçu, em Pirassununga, já está prejudicando o período da Piracema, quando os peixes se reproduzem. O nível no distrito Cachoeira de Emas está três metros abaixo do normal, segundo o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta). A estimativa é que a recuperação do impacto aconteça em até oito anos.

Na Piracema, cerca de 90 espécies viajam vários quilômetros em busca de águas tranquilas para a desova. No local já está difícil encontrar peixes. O pesquisador do Cepta Paulo Ceccarelli explica que eles não chegam até as áreas de reprodução. “No nível que está o rio, os peixes não migram em direção às lagoas marginais. Nesse período do ano elas deveriam estar cheias, mas está tudo seco”, disse.

Por causa disso, apenas 10% dos peixes conseguiram desovar. Além da falta de chuva, as altas temperaturas podem causar um desequilíbrio ambiental. “Acima de 30 graus a temperatura vai interferir no sexo de larvas que poderiam estar nascendo. Ou nasce tudo macho, ou nasce tudo fêmea, que também é um agravante”, afirmou Ceccarelli.
O pesquisador estima uma quebra na produção de mais de 30 toneladas de peixe. Esse prejuízo vai ser percebido nos próximos anos. “Vai faltar peixe. Para recuperar o impacto dessa seca não é com a primeira desova. É pelo menos quatro a cinco desovas. Uma seca dessa pode ter repercussão, no mínimo, até oito anos”, disse.

Quem depende da pesca para sobreviver está preocupado. “Assusta. Do jeito que está ele vai baixar mais ainda. Faz 48 anos que estou aqui, o rio nunca chegou nesse porte”, afirmou o pescador Roberto Trepador.

G1

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