Recuperação de peixes no Rio Mogi Guaçu pode levar 5 anos, diz Cepta

Recuperação de peixes no Rio Mogi Guaçu pode levar 5 anos, diz Cepta

Webmaster 17/02/2014 - 08:28
Ao menos 15 espécies foram encontradas mortas neste sábado (15).
Poluição e baixa vazão podem ser as causas do problema, dizem técnicos.



A recuperação de espécies encontradas mortas no Rio Mogi Guaçu, em Porto Ferreira (SP), neste sábado (15), pode levar até cinco anos, segundo o analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta), Paulo Sérgio Ceccarelli. A mortandade atingiu 15 espécies, que foram encontradas às margens do rio.

O Cepta e a Polícia Ambiental investigam o que teria provocado o problema, aliado à estiagem. Equipes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) de Araraquara também percorreram o rio. O gerente, Jorge Carizia, confirmou que a baixa vazão do rio causou a falta de oxigenação da água e a morte dos peixes.

A morte de peixes em reprodução durante o período da piracema preocupa. “Para recuperar mortandade, ainda mais no período de desova, leva no mínimo cinco anos”, disse Ceccarelli. Por causa do longo período de estiagem o Rio Mogi Guaçu está quatro metros abaixo do normal.

Causas
Nessas condições é possível ver o esgoto sendo despejado e esta é uma das suspeitas da mortandade. “No período de seca você tem uma concentração grande de matéria orgânica, a tendência é sempre que a temperatura aumente, quanto maior for a temperatura, menor a quantidade de oxigênio e a poluição e outros fatores podem aumentar os prejuízos”, afirmou o analista ambiental.

Espécies variadas agonizaram no rio. Alguns moradores que foram ao local se arriscaram e levaram peixes para casa. “Eu acho um pecado ver tanto peixe morrendo desse jeito. Eu vou levar para casa, limpar e comer. Tem muita gente que não tem o que comer, é uma judiação, eu não vou perder”, disse a faxineira Vera Lucia Cunha.

“Alguns peixes ainda não estão mortos, estão agonizando. Eu vou comer porque não estão envenenados. Os moradores estão vendo que os peixes estão morrendo porque a água do rio está acabando, que não tem oxigênio para eles”, disse o aposentado Claudecir Santos.

Prejuízo
A grande quantidade de alevinos de peixe-sapo mortos e que agonizam preocupam os pescadores. "Eu dependo do rio, sou pescador profissional desde 1997, todo mundo compra de mim. Eu tenho vontade de chorar, vou ter que arrumar outro jeito para não ter prejuízos", lamentou o pescador Antonio Divino Gonçalves.

G1

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