Proibição de armas de brinquedo vai diminuir criminalidade, diz delegado

Proibição de armas de brinquedo vai diminuir criminalidade, diz delegado

Webmaster 13/03/2014 - 09:22
Fabricação e comercialização serão proibidas a partir deste domingo (16). Nova lei auxilia sociedade, segundo assistente da seccional de São Carlos.



A fabricação e a comercialização de todos os tipos de armas de brinquedo serão proibidas no Estado de São Paulo, a partir de domingo (16). Segundo o delegado assistente da Seccional de São Carlos (SP), Geraldo Souza Filho, a medida é para diminuir a criminalidade. “A nova lei vai dificultar a comercialização dessas armas e, com isso, impedir que o marginal use simulacros de armas de fogo para praticar crimes”, explicou. A associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos informou que há 18 anos não produz mercadorias que possam ser confundidas com armas. A multa para quem desrespeitar a nova lei é de R$ 20 mil.

Um levantamento do Instituto Sou da Paz apontou que entre 2011 e 2012, uma em cada três armas apreendidas em assaltos realizados em São Paulo, era de brinquedo. Em Araraquara, um único bandido fez 10 assaltos em apenas um mês com uma pistola de plástico. Ele levou dinheiro, roupas, tênis e perfumes de lojas. “Eu não imaginava que com uma arma de brinquedo ele pudesse fazer tudo o que fez para cidade. 10 roubos é assustador”, contou uma vítima, que não quis se identificar.

O uso de armas de brinquedo em crimes tem sido comum também em Campinas. No mês passado, dois assaltantes tentaram roubar um policial, mas foram presos logo em seguida. Eles estavam com um revolver de brinquedo. No início do mês, três menores foram presos depois de roubar uma mulher em um ponto de ônibus perto da Rodovia Anhanguera. Um deles foi baleado na perna. Os adolescentes usaram uma réplica de arma de fogo.

Proibição
Segundo o delegado assistente, a proibição será útil no combate ao crime. “Grande parte dos roubos são praticadas com simulacros. A lei veio para nos auxiliar e ajudar a sociedade”, afirmou.

As pistolas coloridas e de água, por exemplo, que são difíceis de ser confundidas com armamento de verdade, também não serão mais permitidas nas lojas. Elas terão que ser devolvidas para o fornecedor. Na justificativa da lei, a explicação é evitar a banalização da arma e alertar todos sobre o potencial pedagógico que esses produtos devem ter.

Além disso, lei também prevê a suspensão das atividades por 30 dias e a cassação da licença. A loja ou fábrica pode até ser fechada. Segundo o comerciante Eduardo Batista, as armas de brinquedo já não tinham praticamente mais espaço nas prateleiras de sua loja.

“O que temos são produtos importados de países que não tem proibição, mas eles não representam 0,1% das nossas vendas. A orientação que recebi é que temos autorização do importador para retirar as armas da loja até na sexta-feira (14), devolver e ter reembolso. Me informaram que os lojistas não vão ter nenhum prejuízo”, disse.

Apoio
Para a podóloga Célia Rodrigues, a mudança é um alívio. “Eu espero que a nova regra ajude a diminuir o índice de assaltos. Já fui vítima de dois ladrões que entraram no salão de beleza onde eu estava e roubaram minha bolsa. Depois a polícia pegou os bandidos e descobriram que eram drogados que utilizaram uma arma de brinquedo para assaltar. Na hora você acaba entregando tudo, porque não dá para perceber que a arma é falsa”, falou.

A caixa Ellen dos Santos contou que já cedeu aos apelos do filho de 6 anos e comprou o brinquedo. “As crianças gostam, vêem em propagandas de TV e acabam ganhando como presente, mas eu não gosto. Por isso, aprovo a proibição”, afirmou.

Segundo a auxiliar administrativa Rosa Maria Ronchi, a proibição é vantajosa. “Eu não sou mãe, mas tenho muitos sobrinhos e observo que eles acabam sendo incentivados pela violência. Eu sempre procuro dar presentes educativos para incentivar a criatividade deles”, disse.

G1

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