Professores começam a aderir à greve da categoria na região de São Carlos

Professores começam a aderir à greve da categoria na região de São Carlos

Webmaster 19/03/2015 - 08:00
Secretaria Estadual de Educação diz que substitutos vão dar as aulas vagas.
Profissionais reclamam da superlotação das salas e pedem aumento de 75%.



Profissionais da região de São Carlos (SP) estão aderindo à greve que reivindica aumento salarial e cobra sobre a superlotação de salas e atraso de materiais escolares, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Em São Carlos (SP), segundo o sindicato, metade dos educadores estão parados nas escolas Álvaro Guião, Gabriel Félix do Amaral, Aracy Pereira Lopes, Esterina Placco, Arlindo Bittencourt e Ludgero Braga. Contudo, a dirigente regional de ensino, Débora Gonzalez Costa Blanco, afirma que o número de ausências de professores está dentro da normalidade e não confirma a adesão nessas escolas. Segundo a Secretaria
Estadual de Educação, em caso de faltas, professores substitutos vão dar as aulas vagas.

Ainda de acordo com Débora, o sistema que registra a falta de professores apontou menos de 10% de ausências, o que está dentro do padrão diário. Ela ainda explicou que os professores substitutos serão chamados caso haja adesão e os alunos não serão prejudicados. Ela também disse que não há registros de faltas além da média habitual em Corumbataí, Descalvado, Dourado, Ibaté, Itirapina e Ribeirão Bonito.

O sindicato da categoria espera adesão máxima de docentes. “Estamos em um processo de convencimento para poder colocar para o governo estadual que nós não estamos satisfeitos e que há necessidade de abrir um processo de negociação para que possamos realizar de fato um debate a cerca da construção de uma qualidade de ensino mais adequada para os nossos alunos”, afirmou Ariovaldo de Camargo, diretor da Apeoesp.

Araraquara
Na escola Léa de Freitas Monteiro, em Araraquara, oito profissionais não estão dando aulas. “Temos alimentação que vem enlatada, temos também alguns problemas de classes superlotadas, que precisam ser desmembradas, há carteiras que precisam ser consertadas”, disse o professor de filosofia Agnaldo Andrade.

“Não sei se vocês conseguem imaginar como é para um professor estar na frente da sala com mais de 40 adolescentes, porque eu dou aula para o ensino médio, tentando manter a ordem”, afirmou a professora de arte Amanda Beraldo, que leciona na Escola Victor Lacôrte.

O atraso no kit escolar também é motivo de reclamações. “O aluno fica com dificuldade de estudar porque ele não tem material”, opinou a professora de sociologia Érica Aparecida de Andrade Sabino.

Além desses problemas, os professores cobram aumento de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior, rumo ao piso do Departamento Intersindical de Estatística para Estudos Socioeconômicos (Dieese).

E eles não são os únicos que estão insatisfeitos. Em Araraquara, cerca de 100 alunos saíram às ruas e percorreram dois quilômetros com cartazes pedindo melhorias. “Além de estar superlotado, também estão faltando carteiras, a tinta da parede está descascando, as cortinas estão sujas, os ventiladores estão quebrados”, contou o aluno Rômulo Bicesto, de 18 anos.

“A gente paga imposto como todo mundo paga, por que a gente também não pode ter uma escola boa para os nossos filhos?”, questionou Jucely Maria da Silva Santana, mãe de um dos alunos.

Estado
Com relação ao kit escolar, a Secretaria Estadual de Educação informou que uma decisão judicial impugnou por 100 dias o andamento da licitação e, pela primeira vez, a pasta teve de estender o cronograma de entrega dos materiais e a distribuição já é feita na região. Já sobre as salas lotadas, a diretoria regional informou que o estado respeita a legislação e que não há salas com mais de 40 alunos.


G1

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