Pesquisadores da USP de São Carlos desenvolvem telescópios gigantes

Pesquisadores da USP de São Carlos desenvolvem telescópios gigantes

Webmaster 21/03/2015 - 00:01
Projeto de cerca de R$ 700 milhões envolve 27 países e 1,3 mil cientistas.
Observatório deve começar a operar em 5 anos e vai analisar radiação gama.



Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) estão envolvidos em um projeto que pretende desenvolver, por meio de 100 telescópios gigantes, a próxima geração de observatórios de radiação gama.

“A radiação gama é a luz de mais alta energia que a gente recebe na Terra, e a gente não entende ainda como essa radiação é produzida e nem como ela chega aqui”, explicou o professor Luiz Vitor de Souza Filho, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

Cada telescópio pesa nove toneladas e tem o tamanho de um prédio de cinco andares. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 700 milhões na proposta, que envolve 27 países, 1,3 mil pesquisadores e pode ter grande repercussão no futuro.

“Quando os cientistas investigaram como a eletricidade funciona, eles não tinham como objetivo desenvolver todos os equipamentos eletrônicos que a gente usa hoje no nosso dia a dia, porém, se eles não tivessem descoberto os fenômenos fundamentais da natureza que regem o funcionamento da parte elétrica do universo, a gente jamais seria capaz de ter construído, depois de 100 anos, esses instrumentos sem os quais a gente não consegue viver hoje", afirmou o especialista.

A estrutra dos telescópios foi desenvolvida em uma parceria da universidade com a indústria depois que o Brasil venceu uma disputa com a França. No país, além dos pesquisadores da USP, 20 especialistas de diferentes instituições trabalham para concretizar o projeto.

“Em dezembro do ano passado, essa estrutura foi aprovada e agora a gente passa a ser responsável por oferecê-la para todos os outros telescópios que vão ser construídos”, afirmou Filho.

A expectativa é de que em até três anos alguns dos telescópios estejam funcionando e de que os 100 estejam em operação em cinco anos.

“Assim que o CTA tiver mais do que seis telescópios ele passa a ser o principal observatório em funcionamento. A partir do sexto, novidades podem ser esperadas”, adiantou o professor.


G1

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