Projeto é feito pela Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Renda.
Muitos jovens de São Carlos acabam voltando para a instituição por crimes.
Um projeto da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Renda quer abrir as portas do mercado de trabalho para os jovens da Fundação Casa, em São Carlos (SP). Apesar de já participarem de alguns cursos, a ausência de uma parceria que preparasse os internos para entrevistas de emprego fazia com que eles não conseguissem trabalho e voltassem ao mundo do crime.
Entre as lições, dicas de como aprender a fazer um currículo e como se portar em uma entrevista. Para um adolescente de 17 anos que participa da iniciativa, o curso aumenta as chances de conseguir um emprego. “Arrumar um serviço e pagar estudos. É um conhecimento a mais que irá fazer muita diferença mais pra frente, que pode abrir diversas portas em nossos caminhos”, falou.
Os professores fazem parte do Time do Emprego, projeto da Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda. Eles são responsáveis por dar treinamento aos jovens que desejam voltar ao mercado de trabalho. Agora, o projeto foi trazido para dentro da Fundação Casa e vai oferecer três meses de capacitação.
“O objetivo do Time é fazer com que eles descubram suas habilidades. Muitos de nós temos várias habilidades, mas no dia a dia não descobrimos e nem utilizamos as capacidades que temos”, disse a professora Meire Odila de Souza.
Oportunidades
A ideia do projeto é fazer uma ponte entre os menores que passam por capacitação profissional dentro da instituição, mas muitas vezes não conseguem oportunidade no mercado de trabalho quando voltam para a sociedade. Com isso, a intenção também é diminuir a reincidência. Atualmente, de cada 100 internos no Estado de São Paulo, 13 acabam voltando para a fundação.
“Durante minha trajetória dentro da Fundação, eu sempre perguntava para os meninos que reincidiam o por quê de estarem retornando. Eles me diziam que não tinham oportunidades no lado de fora. Com isso, eles já saem com certificado e só faltava essa ponte com o empresariado e o município para podermos oferecer uma vida melhor para eles através de emprego”, disse o diretor da Fundação Casa, Marcelo Viana Barense.
Durante o tempo em que ficam internados, os menores infratores têm direito a passar por 20 cursos de qualificação ao longo do ano. Da primeira turma do Time do Emprego, participam 25 jovens. A ideia é ampliar o projeto para todos os 64.
Auxílio
Para outro adolescente que faz parte do curso, essa pode ser a chance de não voltar mais para a instituição. Ele alega que voltou para o local pela segunda vez, pois faltaram oportunidades. “A maioria das vezes que saí, fui trabalhar, mas era tudo iniciativa do meu pai com amigos que tinham emprego, mas não dava certo. Tenho carteira de trabalho, mas nunca trabalhei registrado. Esse projeto pode me ajudar com a capacitação para o mercado de trabalho e facilitação de um emprego”, justificou.
Diógenes Antônio de Oliveira acredita que com orientação é possível mudar. Durante 10 anos, ele foi morador de rua e sofreu com o alcoolismo. Em 2014, ele decidiu apostar e participou do Time do Emprego na Casa do Trabalhador. Com o curso, conseguiu um emprego para serviços gerais em um posto de combustíveis. Agora, ele busca uma vaga de vigilante.
“Quero recuperar minha profissão e novamente ser alguém. Aquilo tudo que perdi durante esses anos de vida em que fui alcoólatra”, apontou.
G1
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