Família acusa PM por morte de pintor durante abordagem em Matão

Família acusa PM por morte de pintor durante abordagem em Matão

Webmaster 08/04/2015 - 08:00
Homem teria sido agredido no último sábado (4) no Jardim Santa Rosa.
Polícia Civil instaurou inquérito e aguarda laudo do Instituto Médico Legal.



Uma família de Matão (SP) acusa a Polícia Militar pela morte de um pintor que teria sido agredido por uma pancada na cabeça com cassetete durante abordagem no último sábado (4). Fábio Augusto de Sales Bueno, de 37 anos, chegou a ser socorrido ao Hospital Carlos Fernando Malzoni, mas morreu na noite de segunda-feira (6). A Polícia Civil instaurou um inquérito e aguarda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Araraquara para apontar a causa. A PM informou que irá se pronunciar na tarde desta terça-feira (7).

O caso aconteceu no Jardim Santa Rosa, quando os policiais militares foram atender uma ocorrência devido a uma briga envolvendo o pintor e o pai dele, de 72 anos. O único boletim de ocorrência registrado na delegacia fala sobre essa suposta agressão do filho contra o pai. No boletim, os policiais relataram que houve resistência no momento da abordagem e que o rapaz teria sofrido uma convulsão, o que a família contesta.

“O meu irmão nunca teve esse problema. O que aconteceu é que com a pancada tão forte que ele levou veio a acontecer isso, é decorrente da pancada. Eu caí de bicicleta e, com capacete, bati a cabeça e vomitei no chão. Imagine com uma pancada”, disse o irmão da vítima, Antônio de Sales Bueno.

Gravação
Imagens gravadas por um celular mostram o pintor já desacordado. Uma mulher, que não aparece no vídeo, chega a discutir com o policial e questiona. “Você vai falar que deu uma pancada na cabeça dele? Não vai falar”, afirma.

Uma vizinha que não quis se identificar contou que presenciou a agressão. “Ele disse que não tinha feito nada e pediu para ligar para a mãe dele. E aí tacou o celular para o meu cunhado. Foi nessa hora que o policial deu uma rasteira nele, deu a primeira pancada, o Fábio levantou o braço, que cortou. Logo em seguida o policial deu um pulo e acertou a cabeça dele com o cabo do cassetete. E o Fábio já caiu no chão desmaiado”, explicou.

Morte
Bueno chegou a ser socorrido e levado com vida ao hospital. A neurologista Liliana Ujikawa diz que o quadro já era grave no momento da internação. “Foram identificados sinais sugestivos de morte encefálica e foram iniciados os procedimentos para a confirmação desse diagnóstico", disse. Segundo ela, a causa da morte vai ser apontada pelo IML.

A morte do rapaz foi confirmada na noite de segunda-feira e causou revolta entre os familiares. “A gente doou os órgãos dele, a médica falou que todos serão aproveitados. Agora como que uma pessoa que entrou com overdose pode dorar órgãos?”, questionou o irmão do pintor.

Inquérito
O delegado Marlos Marcuzzo abriu um inquérito para apurar a causa da morte. “Um homicídio doloso, um homicídio culposo, uma queda acidental. Conforme o laudo do médico legista, se for uma morte também de causa natural, o inquérito será até arquivado”, comentou.

Para o delegado, o laudo médico será decisivo para as investigações. “Se há uma lesão realmente no crânico e se eles podem identificar a causa e o instrumento que causou essa lesão. Esse foi um dos quesitos que a gente elaborou para o médico legista responder”, apontou.


G1

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