PROTESTE diz que limite à internet fixa é ilegal

PROTESTE diz que limite à internet fixa é ilegal

Webmaster 21/03/2016 - 13:41
Associação que defende os direitos do consumidor não concorda com a medida adotada pelas operadoras, Oi, Vivo e Net e diz que as empresas só podem cortar o acesso de um cliente à internet, se este deixar de pagar a conta.






O anúncio de que a partir de 2017 a internet banda larga do tipo ADSL [que transmite dados através da linha de telefone] passará a ter limite no uso de dados, tem dado o que falar. Mesmo que a Oi e Net já tenham há algum tempo em seus contratos uma cláusula sobre a possibilidade de diminuir a velocidade da internet quando o consumidor atinge o limite da franquia contratada, clientes destas empresas relatam que ainda não chegaram a ter a velocidade de internet reduzida, nem a sua conexão cortada, porém, a possibilidade deixa os internautas em polvorosa. Ainda mais depois do anúncio feito pela Vivo, em fevereiro deste ano, de que passaria a controlar o serviço de internet não mais por velocidade, mas por volume de dados.

A Vivo não pretende cobrar pelo excedente uso de dados até o dia 31 de dezembro de 2016. A medida só passa a valer no próximo ano e apenas para os clientes que contrataram um plano de banda larga fixa após fevereiro deste ano. Quem contratou o serviço antes disso, não deve ser afetado, a menos que queira mudar a sua velocidade de conexão. Embora a Anatel não tenha se oposto a medida, a PROTESTE Associação de Consumidores, avalia que é ilegal a mudança iniciada pelas operadoras Oi, Vivo e Net. Inclusive, a Associação diz já ter uma ação civil pública em trâmite na Justiça contra as principais operadoras do Brasil, incluindo Oi, Vivo, Claro, NET e a Tim, desde maio do ano passado, para impedir que as empresas limitem o acesso do consumidor à internet por meio de uma franquia, tanto no celular quanto em conexões fixas. Lembrando que a Tim não demostrou interesse em impor o limite no uso de dados na internet fixa, sendo que este limite existe "apenas" na internet de dados móveis. A coordenadora institucional da PROTESTE, Maria Inês Dolci, ressalta que a Agência Nacional de Telecomunicações [Anatel] não pode se omitir e aceitar essa mudança, porque o consumidor é quem vai sair perdendo. Já a Anatel aponta que o uso de franquias de voz ou dados é previsto em sua regulamentação, desde que siga algumas regras, como informar o consumidor de que sua franquia se aproxima do limite contratado. O órgão acrescenta que não existe nenhuma regra da agência que proíba as operadoras de adotarem a medida.

Para Maria, o Marco Civil da Internet deixa claro que uma companhia de telecomunicações só pode impedir o acesso de um cliente à internet se este deixar de pagar a conta. “As operadoras estão aproveitando uma brecha na legislação - que proíbe explicitamente o modo de cobrança por franquia - para "obrigar" o consumidor a pagar mais caro por um plano com um limite maior, mesmo que a qualidade da conexão ainda deixe a desejar em termos de estabilidade e velocidade”, aponta a coordenadora da PROTESTE. Na internet móvel os consumidores já sentem a diferença no consumo de dados há algum tempo, quando as operadoras alteraram os planos, de forma que ao atingir o limite da franquia contratada o cliente tem sua conexão encerrada, sendo necessário contratar um novo plano para continuar navegando. Ao que tudo indica estamos indo pelo mesmo caminho na internet fixa.

Logo do Facebook Deixe seu comentário