Vigilância Epidemiológica de Descalvado alerta que macacos são vítimas, e não transmissore

Vigilância Epidemiológica de Descalvado alerta que macacos são vítimas, e não transmissores da febre amarela

Webmaster 02/02/2018 - 12:35
Descalvado não tem nenhum caso registrado da doença. Vítimas, primatas servem de sentinelas da doença; exterminá-los é crime.


Casos de febre amarela em macacos e humanos registrados recentemente no Brasil têm causado confusão a respeito da transmissão da doença. Embora Descalvado não tenha registrado nenhum caso da doença, a Vigilância Epidemiológica do município esclarece que esses animais não são transmissores da doença, e sim vítimas.

A Chefe da Vigilância Epidemiológica, Maria de Lourdes Cordeiro Santana, informou que Descalvado saiu na frente das demais cidades da região e contratou um profissional para fazer o monitoramento de animais que estão sendo encontrados mortos. Desde o início do ano, já foram 5 animais encontrados mortos, todos na área rural do município. Em todos os casos, os macacos já se encontravam em avançado estado de decomposição, o que inviabilizou o recolhimento de material para a investigação da causa destas mortes.

A febre amarela, em sua forma silvestre, é transmitida pelas fêmeas de mosquitos como Haemagogus e Sabethes. Os macacos funcionam como "anjos da guarda": por viverem no mesmo ambiente que os mosquitos transmissores em área silvestre [restrito às matas], os macacos são os primeiros a adoecer, explicou o médico veterinário Leandro Gheler Costa, contratado pela Secretaria de Saúde. Os casos podem indicar que a população está em risco.

"Uma das primeiras maneiras de saber que há desequilíbrio é a morte dos primatas", diz o veterinário. "Há a desinformação de que o bugio transmite a febre amarela, mas ele é um dos mais suscetíveis", explica o especialista.

Sobre os exames nos animais encontrados mortos, Leandro explica que só é possível a realização de exames se a morte ocorreu em até 48 horas. Acima desse tempo, o recolhimento de materiais para o envio ao Instituto Adolfo Lutz se torna inviável devido ao avançado estado de decomposição.

PROCEDIMENTO AO ENCONTRAR UM MACACO MORTO – Segundo explicou a Chefe da Vigilância Epidemiológica, ao encontrar um macaco morto, o munícipe deve comunicar o órgão de saúde imediatamente, que então acionará o médico veterinário contratado para fazer o monitoramento. “Sob nenhuma hipótese aqueles que encontrarem um macaco morto deverá leva-lo até um posto ou unidade de saúde, pois nestes locais temos diversas pessoas cuja imunidade encontra-se baixa. Corpos de animais de qualquer espécie em decomposição trazem riscos de contaminação em qualquer ambiente, especialmente em locais onde são tratados os mais variados tipos de enfermidades”, alertou Maria de Lourdes.

Acionado, o médico veterinário vai até o local onde o macaco foi encontrado e ele próprio fará todos os procedimentos adequados para que seja investigada a causa de morte. “Gostaria de reforçar que a população não deve, de maneira nenhuma, matar qualquer espécie de macaco, pois eles não são os responsáveis pela transmissão da febre amarela. Muito pelo contrário, eles é que nos dão o alerta de que o vírus da doença ameaça aquela região”, explicou Leandro.

VACINAÇÃO - Sobre a vacinação contra a febre amarela, a Chefe da Vigilância Epidemiológica voltou a reforçar que o município de Descalvado está com cerca de 92% da população imunizada, e não há riscos de uma epidemia da doença.

Sobre os cinco macacos encontrados mortos desde o início do ano, Maria de Lourdes disse que equipes da Secretaria de Saúde intensificaram o monitoramento em todas as regiões onde os animais foram localizados, e caso seja necessário, será feito um reforço na imunização da população próxima destes locais. “Porém, nestas regiões onde os macacos foram encontrados mortos, já foi feita uma campanha maciça de vacinação no ano de 2008, o que deve afastar possíveis riscos”, destacou a Chefe da Vigilância.

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