As mantas geossintéticas que farão a impermeabilização do solo da Estação de Tratamento de Esgotos [ETE] de Descalvado começaram a ser instaladas na última terça-feira [25]. Em maio deste ano as obras da ETE foram retomadas, após um período de paralização de cerca de 8 anos, em decorrência de divergências sobre a necessidade ou não da instalação da manta protetora entre dois órgãos estaduais [Cetesb e DAEE]. A discussão acabou indo parar na justiça e em 2011 a obra foi embargada, ficando paralisada desde então.
Desde que assumiram a administração municipal, em janeiro de 2017, o prefeito Becão e o vice-prefeito Luiz Carlos Vianna se empenharam em retomar essa importante obra, que foi iniciada no ano de 2008 e permitirá o tratamento de 100% do esgoto doméstico da cidade. Após diversas tratativas com os representantes da Cetesb, do Departamento de Águas e Energia do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Meio Ambiente, a Prefeitura de Descalvado pôs fim ao impasse, assumindo a colocação da manta que dará proteção contra infiltrações e contaminações do solo nas lagoas de decantação da ETE.
A estimativa é de que o Poder Público Municipal invista cerca de R$ 3,86 milhões para a conclusão da obra, viabilizados através da Agência de Desenvolvimento Paulista [Desenvolve SP] por meio do ‘Programa Agua Limpa’. O financiamento – que contou com aprovação do Poder Legislativo – foi firmado com juros e correção monetária subsidiados pelo governo de SP [juros zero], que deverão ser pagos ao longo de 10 anos.
De acordo com o Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos [SEMARH], Valdecir Marcolino, as obras para a conclusão da estação de tratamento acontecem em três frentes distintas: a primeira compreende a limpeza e o isolamento do local, a segunda compreende toda a instalação elétrica e de bombas e a terceira frente trata-se da instalação, ancoragem e soldagem das mantas geossintéticas em todas as lagoas de decantação.
Vale lembrar que essa é uma das obras mais aguardadas ao longo dos últimos 20 anos em Descalvado, inserindo o município no seleto grupo de cidades brasileiras que tratam integralmente os seus dejetos.
COMO DEVERÁ FUNCINOAR A ESTAÇÃO - A ETE é composta por duas lagoas anaeróbias e duas facultativas, com tratamento preliminar de gradeamento, desarenação e medição de vazão e tratamento posterior de desinfecção por hipoclorito de sódio e descloração por bissulfeto de sódio no tanque de contato.
O tempo de detenção nas lagoas anaeróbias variam de 3 a 5 dias, e nas lagoas facultativas de 5 a 25 dias. As lagoas de estabilização em série [anaeróbia e facultativa] não necessitam de operação e tratamento especializado, têm baixo custo de operação e manutenção, e eficiência comprovada na remoção de DBO. As lagoas de estabilização constituem sistemas de tratamento biológico em que a estabilização de parte da matéria orgânica se realiza pela oxidação bacteriológica e fotossintética das algas.
Após entrar em operação, a obra trará um grande número de benefícios para o município, que atualmente está impossibilitado de aprovar novos empreendimentos imobiliários, causando também sérios entraves na vinda, instalação ou ampliação de indústrias, em razão da inviabilidade econômica de se instalar sistemas autônomos de tratamento de resíduos.
Além disso, a conclusão da ETE deverá atrair novos recursos estaduais e federais, melhorar a colocação de Descalvado nos rankings de cidades que preservam o meio ambiente, e proporcionar mais saúde para toda a população.
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