Ações educativas da 13ª edição da ‘Primavera dos Museus’ atraem quase mil pessoas no Museu

Ações educativas da 13ª edição da ‘Primavera dos Museus’ atraem quase mil pessoas no Museu de Descalvado

Webmaster 12/10/2019 - 10:31
O intuito da 13ª edição da Primavera dos Museus era envolver ainda mais o público de museus, na aventura de conhecer, preservar e compartilhar memórias. Com esse objetivo, os responsáveis pelo Museu Público Municipal de Descalvado organizaram uma série de atividades que levaram para o espaço cultural quase mil pessoas, entre estudantes de várias idades e professores e pessoas ligadas a atividades culturais. O evento aconteceu entre os dias 23 e 28 de setembro.

A abertura da programação se deu com a roda de conversa “Perspectiva de atuação profissional em museus”, voltada para os alunos do 9º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O objetivo foi abordar quais os profissionais envolvidos nas atividades de preservação, pesquisa, educação e comunicação dos museus.

Entre os dias 24 e 27, aconteceu o II Ecoarte, que desde 2018, integra a programação da “Primavera dos Museus”. O tema desse ano foi “Preservação ambiental e permanência indígena”, que procurou discutir a relação entre as demarcações de terras indígenas e a preservação do meio ambiente. Além de contar com uma exposição temporária que reuniu obras de Gabriela de Lima Fregonezi, Danilo De Falco e Karai Wera Mirim, foram realizadas rodas de conversa com dois representantes indígenas da Aldeia Rio Branco de Itanhaém.

Para encerrar a Primavera dos Museus, no dia 28 de setembro foi inaugurada a exposição fotográfica “A força da mulher descalvadense no esporte”, que contou com a presença ilustre de Maria Helena Cardoso e suas irmãs, além de Cristal Rocha, Thaisa Belli, Edleusa Romantini, Mônica Nogueira e Rô Bumussi, que representaram as atletas descalvadenses.

A exposição ficará aberta até o dia 18 de outubro, podendo ser visitada de terça a sexta-feira, no horário comercial, e aos sábados, das 13h às 17h. Depois da temporada no Museu de Descalvado, o material será exposto na Câmara Municipal de Descalvado, entre os dias 21 de outubro e 04 de novembro.

II ECOARTE DESCALVADO - O EcoArte é um evento organizado pela bióloga e artista Gabriela de Lima Fregonezi e pela Diretora de Cultura Alessandra Paganotto, em parceria com o artista Danilo de Falco e a Associação dos Amigos do Museu Público Municipal de Descalvado [AMUD].

O intuito é trabalhar temáticas ambientais através da arte. Neste ano, as atividades abordaram a relação entre ecologia e as reservas territoriais indígenas.

A exposição “Resistência Guarani e preservação da fauna” trouxe trabalhos de Gabriela Fregonezi, feitos com tintas convencionais [aquarela, lápis de cor aquarelável] e tintas naturais [açafrão, café, terra, argila, carvão e urucum]. As fotomontagens de Danilo de Falco, representaram a relação do indígena com a natureza e algumas de suas lutas. Já as fotografias do indígena e fotógrafo Karai Wera Mirim, da Aldeia Rio Branco, mostravam a realidade e um pouco da cultura de algumas aldeias Guarani M’bya no estado de São Paulo. Também foram expostas algumas peças do artesanato indígenas produzido pelas mulheres da aldeia.

A ação educativa consistiu em palestras e rodas de conversa coordenadas por Gabriela Fregonezi, que contou com presença de dois representantes da Aldeia Rio Branco, a liderança Werá Xunu e o fotógrafo Karai Mirim Werá e do também biólogo Lucas Fernandes.

Mais de 900 pessoas participaram desses debates, entre alunos e professores de escolas da rede pública e particular e dos cursos de Pedagogia e Educação Física da Universidade Brasil. Os encontros aconteceram no Museu Público Municipal, no auditório da Secretaria de Educação e Cultura e na EMEF Caic Dr. Cid Muniz Barreto.

Além de abordar o tema principal, os indígenas responderam a várias dúvidas sobre a população indígena no Brasil, entre elas “Índio que usa roupa, não é mais índio?”; “Índio que usa celular, internet, não está perdendo sua cultura?”; “Porque índio não vive mais da pesca, caça e agricultura?”; “Qual é a relação dos indígenas com o meio ambiente?”.

Também foram abordados traços da cultura guarani, algumas das dificuldades enfrentadas no dia a dia da aldeia e a importância da demarcação das terras indígenas para a preservação da sociedade e cultura indígenas e do próprio meio ambiente.

Segundo os organizadores, os encontros foram muito produtivos e sensibilizaram alunos e professores quanto à necessidade de mudança nas visões e atitudes, muitas vezes baseadas em preconceitos e estereótipos, em relação à questão indígena no Brasil atual.
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