O intuito da 13ª edição da Primavera dos Museus era envolver ainda mais o público de museus, na aventura de conhecer, preservar e compartilhar memórias. Com esse objetivo, os responsáveis pelo Museu Público Municipal de Descalvado organizaram uma série de atividades que levaram para o espaço cultural quase mil pessoas, entre estudantes de várias idades e professores e pessoas ligadas a atividades culturais. O evento aconteceu entre os dias 23 e 28 de setembro.
A abertura da programação se deu com a roda de conversa “Perspectiva de atuação profissional em museus”, voltada para os alunos do 9º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O objetivo foi abordar quais os profissionais envolvidos nas atividades de preservação, pesquisa, educação e comunicação dos museus.
Entre os dias 24 e 27, aconteceu o II Ecoarte, que desde 2018, integra a programação da “Primavera dos Museus”. O tema desse ano foi “Preservação ambiental e permanência indígena”, que procurou discutir a relação entre as demarcações de terras indígenas e a preservação do meio ambiente. Além de contar com uma exposição temporária que reuniu obras de Gabriela de Lima Fregonezi, Danilo De Falco e Karai Wera Mirim, foram realizadas rodas de conversa com dois representantes indígenas da Aldeia Rio Branco de Itanhaém.
Para encerrar a Primavera dos Museus, no dia 28 de setembro foi inaugurada a exposição fotográfica “A força da mulher descalvadense no esporte”, que contou com a presença ilustre de Maria Helena Cardoso e suas irmãs, além de Cristal Rocha, Thaisa Belli, Edleusa Romantini, Mônica Nogueira e Rô Bumussi, que representaram as atletas descalvadenses.
A exposição ficará aberta até o dia 18 de outubro, podendo ser visitada de terça a sexta-feira, no horário comercial, e aos sábados, das 13h às 17h. Depois da temporada no Museu de Descalvado, o material será exposto na Câmara Municipal de Descalvado, entre os dias 21 de outubro e 04 de novembro.
II ECOARTE DESCALVADO - O EcoArte é um evento organizado pela bióloga e artista Gabriela de Lima Fregonezi e pela Diretora de Cultura Alessandra Paganotto, em parceria com o artista Danilo de Falco e a Associação dos Amigos do Museu Público Municipal de Descalvado [AMUD].
O intuito é trabalhar temáticas ambientais através da arte. Neste ano, as atividades abordaram a relação entre ecologia e as reservas territoriais indígenas.
A exposição “Resistência Guarani e preservação da fauna” trouxe trabalhos de Gabriela Fregonezi, feitos com tintas convencionais [aquarela, lápis de cor aquarelável] e tintas naturais [açafrão, café, terra, argila, carvão e urucum]. As fotomontagens de Danilo de Falco, representaram a relação do indígena com a natureza e algumas de suas lutas. Já as fotografias do indígena e fotógrafo Karai Wera Mirim, da Aldeia Rio Branco, mostravam a realidade e um pouco da cultura de algumas aldeias Guarani M’bya no estado de São Paulo. Também foram expostas algumas peças do artesanato indígenas produzido pelas mulheres da aldeia.
A ação educativa consistiu em palestras e rodas de conversa coordenadas por Gabriela Fregonezi, que contou com presença de dois representantes da Aldeia Rio Branco, a liderança Werá Xunu e o fotógrafo Karai Mirim Werá e do também biólogo Lucas Fernandes.
Mais de 900 pessoas participaram desses debates, entre alunos e professores de escolas da rede pública e particular e dos cursos de Pedagogia e Educação Física da Universidade Brasil. Os encontros aconteceram no Museu Público Municipal, no auditório da Secretaria de Educação e Cultura e na EMEF Caic Dr. Cid Muniz Barreto.
Além de abordar o tema principal, os indígenas responderam a várias dúvidas sobre a população indígena no Brasil, entre elas “Índio que usa roupa, não é mais índio?”; “Índio que usa celular, internet, não está perdendo sua cultura?”; “Porque índio não vive mais da pesca, caça e agricultura?”; “Qual é a relação dos indígenas com o meio ambiente?”.
Também foram abordados traços da cultura guarani, algumas das dificuldades enfrentadas no dia a dia da aldeia e a importância da demarcação das terras indígenas para a preservação da sociedade e cultura indígenas e do próprio meio ambiente.
Segundo os organizadores, os encontros foram muito produtivos e sensibilizaram alunos e professores quanto à necessidade de mudança nas visões e atitudes, muitas vezes baseadas em preconceitos e estereótipos, em relação à questão indígena no Brasil atual.