Desde 2009, o SMAE passou a seguir as novas diretrizes exigidas por Lei Federal
A nutricionista Juliana Tobias Pizzi Schiave, do Serviço Municipal de Alimentação Escolar (SMAE), deu entrevista à rádio comunitária Stilo FM, sobre as transformações pela quais vem passando a merenda escolar em Descalvado, em função da Lei 11.947/09 e Resolução de número 38/09, ambas sancionadas pelo governo federal, e que dispõem sobre as novas diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Formada há mais de dez anos, Juliana Schiave assumiu há pouco mais de um ano o seu posto no SMAE. “Já havia uma proposta de alterações no cardápio que era oferecido às crianças, respeitando as diferenças biológicas referentes às faixas etárias dos alunos, e observando a necessidade de se consumir um alimento saudável. Coincidentemente, em junho do ano passado o governo federal sancionou a lei que traz mudanças na alimentação escolar. Não é apenas Descalvado que tem de segui-las”.
Segundo Schiave, “dentre outras diretrizes, a lei exige a diminuição da oferta de embutidos, sal, gorduras e doces – que deixam de ser alimentação principal. Nesse caso, foi mudada a forma de servir. Doces, só como sobremesa”, afirmou a nutricionista – lembrando que a merenda é uma complementação alimentar.
Um dos pontos destacados pela profissional diz respeito à proibição do fornecimento de sucos artificiais e refrigerantes. “Agora nós servimos sucos naturais, mais saudáveis, que são adquiridos em forma de polpa”, falou a nutricionista.
Sobre a possibilidade de se adiantar, semanalmente, o cardápio que será servido aos alunos, a funcionária do SMAE afirmou que isso vem acontecendo desde o ano passado. “Nós disponibilizamos para os professores, funcionários e alunos a lista do que será servido durante a semana. É claro que o cardápio pode sofrer alterações, até em função de questões climáticas. Mas, a lista está à disposição de todos”.
Para Schiave, há sempre um pouco de dificuldade em alterar os hábitos alimentares dos estudantes. “As crianças já na fase pré-escolar começam a ter seus costumes. O mesmo acontece com alunos que estão no ensino médio, que já adquiriram os seus hábitos. É um trabalho de formiguinha. Mas, é preciso saber a diferença entre não gostar e não conhecer. Nós fazemos um trabalho junto aos alunos explicando a função de cada alimento”.
A nutricionista também discorreu sobre a necessidade da participação dos pais nesse processo de mudanças dos hábitos alimentares de seus filhos. “Por conta da má alimentação, cerca de 15% das crianças brasileiras sofrem problemas de obesidade mórbida. Isso acontece até mesmo nas famílias de baixa renda. Os alimentos calóricos são mais acessíveis e baratos, como os fast-foods. Os pais precisam participar desse processo de mudanças. É preciso lembrar que crianças saudáveis serão adultos saudáveis”, disse Schiave.
Apoio - O prefeito Luís Antonio Panone apóia a iniciativa. “Temos a responsabilidade de formarmos uma geração de crianças saudáveis. A educação também passa pela alimentação. Não é possível oferecer bolos, frituras e refrigerantes aos alunos. E não é apenas a questão da obesidade. Alimentos não saudáveis trazem riscos de diabetes e hipertensão. O bom hábito alimentar se adquire na infância. Além disso, nós temos uma merenda de excelente qualidade, que satisfaz as necessidades nutricionais de cada aluno. Ressalto que é necessária a participação dos pais nesse processo de educação alimentar. Eu tenho visitado as escolas, junto com a secretária de Educação e Cultura, professora Rose Gabrielli, e tenho percebido que os alunos, pais e professores estão satisfeitos. Muitas das crianças com quem conversei até já conhecem parte do cardápio”, declarou o prefeito.
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