O programa Viagem Literária volta em grande estilo. O escritor Zuenir Ventura é o próximo convidado. Ele estará em Descalvado no próximo dia 14 de junho, às 20h, na Biblioteca Municipal Professor Gerson de Alfio de Marco, na Avenida Guerino Oswaldo, 446.
Segundo a Secretaria de Estado da Cultura, a partir de 1º de junho 70 cidades do Estado recebem as atrações do programa Viagem Literária, que promove uma verdadeira turnê de escritores renomados e jovens talentos pelo Estado. Realizado pela SEC desde 2008, o programa tem o objetivo de estimular o prazer da leitura e formar novos leitores, além de valorizar a biblioteca pública dos municípios, por meio do contato direto entre escritores e o público. Em junho, nomes como Milton Hatoum, Zuenir Ventura e Ignácio de Loyola Brandão participam do programa.
Zuenir Ventura é jornalista e escritor. Atualmente assina uma coluna no jornal O Globo. Em 1995 recebeu o prêmio Jabuti pelo livro Cidade Partida. Seu livro 1968: o Ano que Não Terminou serviu de inspiração para a minissérie Anos Rebeldes, produzida pela Rede Globo.
A primeira atração do Viagem foi o escritor, jornalista e cronista Ignácio de Loyola Brandão, que levou um público estimado em 200 pessoas à Biblioteca. No dia 3 de julho do ano passado, Loyola Brandão escreveu uma crônica no jornal O Estado de São Paulo, publicada no caderno de Cultura, sob o título O futuro não é tão sombrio.
Em Descalvado foi comovente, porque Maria Lúcia Izeppi, bibliotecária, e Rosinês Gabrieli, secretária de Cultura e Educação, lotaram o auditório, havia mais de 200 pessoas. Em seguida, ela mudou o velho ritual. Em lugar de um jantar para poucos, ofereceu - e adorei - um lanche junino, mesmo porque era época das festas. Refrescos, quentão, cachorro-quente, pé de moleque, broas de milho, bolo de fubá, sanduíches e doces caseiros. O papo mudou do auditório para o meio dos livros. À entrada, fui recebido por Carlos Drummond de Andrade me dizendo versos sobre livros. Era um ator vestido a caráter. Na manhã seguinte, na saída do hotel, esperando o carro, conversava com uma senhora, quando ela viu uma pessoa se aproximar pé ante pé, atravessando a praça. Comentou: "Lá vem ela para ficar curiano. Vendo quem chega e quem vai." Curiano, misto de curiosidade e olhando, já que no interior se elimina o "d": andano, visitano, pesquisano, trabalhano. Não, a linguagem acariocada da Globo não matou certas coisas, escreveu Loyola Brandão.