Consumo de álcool aumenta risco de câncer, diz pesquisa

Consumo de álcool aumenta risco de câncer, diz pesquisa

Webmaster 02/09/2011 - 09:29
Aliado ao fumo, chances de desenvolver tumores na garganta e na boca são ainda maiores

O consumo de álcool pode aumentar as chances de câncer, principalmente na região da boca e da garganta, de acordo com um estudo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Aliado ao fumo, o perigo de desenvolver a doença é ainda maior.

A pesquisa do Icesp mostra que dos 2,8 mil pacientes que assumiram abusar ou ter abusado do álcool, 36% deles desenvolveram tumores na região da boca e garganta.

O vício da bebida está mais presente entre os homens. Segundo o levantamento, 18% deles relataram consumo abusivo de álcool. Entre as mulheres esse número cai para 11%. Segundo o Instituto Nacional de Combate ao Câncer, o consumo exagerado de bebida está relacionado a até 4% das mortes decorrentes do câncer.

Fumo e bebida

A coordenadora de medicina bucal da Unesp Araraquara, Mirian Onofre, explica que para quem fuma, o risco é ainda maior. “O álcool potencializa a ação do tabaco. Quando o individuo fuma esse tabaco promove uma alteração na informação genética da célula e o álcool promove a proliferação da célula alterada”, disse.

Quem bebe percebe que a língua fica ressecada, com pouca saliva. Sem essa proteção, boca e garganta ficam mais expostas a substâncias que podem causar câncer.

Para diminuir os riscos, especialistas recomendam que a dose máxima seja de 60 ml de bebida destilada ou duas latinhas de cerveja ou 120 ml de vinho por dia. No caso das mulheres, metade e não adianta tomar toda a cota em um fim de semana.

A moderação é a melhor receita. A Associação Brasileira de Assistência às Pessoas com Câncer (Abrapec) também já constatou a relação entre a bebida e alguns tipos da doença. “São os cânceres na região de cabeça e pescoço, esôfago, estômago, sendo que 85% estão relacionados ao consumo exagerado de álcool em algum momento da vida deles”, explicou a assistente social da Abrapec Taciana Lopes.

Uma das dificuldades é fazer o paciente aceitar essa relação. “Existe uma dificuldade dessas pessoas largarem o vício mesmo durante o tratamento”, disse Taciana.

O pedreiro Carlos Donizete da Silva bebeu por mais de 20 anos e fumou até os 48, quando foi surpreendido pelo diagnóstico de câncer de esôfago e pela explicação do médico. “Ele falou que o que causou foi a bebida e o cigarro”, explicou.

Três colegas de bar já morreram de câncer e agora ele se cuida para não ser mais uma vítima. “Vida saudável agora, sem cigarro, bebida, nem nada”.


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