Crack tem alto consumo em 8 cidades pequenas da região, diz CNM

Crack tem alto consumo em 8 cidades pequenas da região, diz CNM

Webmaster 24/11/2011 - 09:18
Descalvado se enquadra em "Nível Médio de Consumo", de acordo com CNM

Especialista afirma que políticas públicas são ineficientes para combater drogas e recuperar usuários

Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que o crack tem alto consumo em 12 cidades da região Central do Estado de São Paulo. Os dados chamam atenção já que, do total, oito são municípios pequenos com menos de 40 mil habitantes.

A pesquisa mostra que na região a droga está presente em 83% dos municípios. Cidades pequenas como Boa Esperança do Sul, Ribeirão Bonito, Rincão, Itirapina, Conchal, Vargem Grande do Sul, Américo Brasiliense e Itobi registraram alto consumo.

Em Rincão, o crack ameaça a tranquilidade da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes. O secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Ferreira, diz que pelo menos três famílias por mês procuram a assistência social para pedir ajuda. “A família chega desesperada. A gente percebe o desespero de todos em volta, até vizinhos e amigos”, explicou.

O problema é que se o dependente químico não concordar com o tratamento, a internação só pode ser feita com decisão da Justiça e o tratamento completo tem que ser pago pelo município.

Isso aconteceu com a Prefeitura de Américo Brasiliense que internou, este ano, 20 pessoas em clinicas particulares, mas apenas um se livrou do vício. “O custo é muito alto. Em torno de R$ 1,8 mil uma clínica. Nós não temos uma verba onde nós podemos buscar. É por conta própria do município”, disse a diretora de promoção social Elisabete Galassi Bombo.

A coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Itobi, Vanessa Canato da Silva contesta a classificação e afirma que houve um erro no preenchimento do formulário e que já pediu atualização dos dados. “Alguém começou a responder e não terminou. Não constava no município o Cras e o Conselho Tutelar. A gente faz o trabalho, o acompanhamento com as famílias de usuários de outras drogas, mas não há nenhum registro de crack”, destacou.

Mário Antônio Perricelli, consultor em dependência química, trabalha há 35 anos com reabilitação. Para ele, as políticas públicas não são eficientes para combater as drogas e recuperar o usuário. “Aprender a dizer não para as drogas. Não existe esse tratamento dado pelo governo. O ideal seria passar por um desintoxicação física e depois um tratamento mental e reeducacional”.

Entre as três maiores cidades da região, apenas São Carlos foi classificada como alto consumo de crack. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que os usuários da droga são atendidos no Caps-ad, referência para o tratamento de dependentes químicos.

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