Nova data do Enem será em 5 e 6 de dezembro, diz Haddad

Nova data do Enem será em 5 e 6 de dezembro, diz Haddad

Webmaster 07/10/2009 - 14:00
O ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, confirmou nesta terça-feira que a nova data escolhida para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será nos dias 5 e 6 de dezembro, data que coincide com os exames seletivos da Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de Juiz de Fora.
A nova data do Enem, reagendada por conta do vazamento de questões do exame, não irá, segundo o ministro, atrasar o calendário de matrícula e o início do primeiro semestre letivo de 2010. Em um contrato de emergência, os centros de seleção Cesgranrio e Cespe, vinculado à UnB, serão responsáveis pela impressão, correção e aplicação da prova. O valor do novo contrato ainda está sendo negociado.
"Não adiaremos o cronograma previsto. Acomodar cronograma original para que resultados sejam divulgados sem prejuízo do inicio do ano letivo do ano que vem", disse Haddad, admitindo que serão procurados os reitores de todas as universidades cujos vestibulares têm as mesmas datas do novo Enem.
Reservadamente, o MEC já trabalhava com a aplicação da nova prova do Enem de forma a provocar o menor impacto possível nas universidades que utilizam os exercícios como quesito de seleção e previa que a data do novo exame fosse ou no último fim de semana de novembro, no dia agendado para o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ou no primeiro fim de semana de dezembro, data do PAS (Programa de Avaliação Seriada) da Universidade de Brasília (UnB). Fontes do Ministério avaliavam que um dano menor seria atrasar esses processos de seleção por terem menor contingente de inscritos.
Após reunião com a equipe do ministro da Justiça, Tarso Genro, Haddad afirmou que o serviço de inteligência da Polícia Federal irá acompanhar todo o processo da nova prova, desde a saída dos malotes do Inep (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). "A Força Nacional e a Polícia Federal se colocou à disposição do MEC para acompanhar todas as etapas do processo, (...) para acompanhar toda a parte logística para que tenhamos segurança que um novo ato de delinquência não vá ocorrer na nova aplicação. A Polícia Federal já destinou pessoas que vão fazer o mapeamento do processo", explicou o ministro.
Os Correios, por sua vez, farão a distribuição das provas para os locais de aplicação dos exames. A expectativa de Haddad é que os Correios e a Polícia Federal possam atuar também nos próximos exames do Enem e garantir sua inviolabilidade. No caso das provas de 5 e 6 de dezembro, caso ainda haja pontos de fragilidade, as Forças Armadas podem ser acionadas para ampliar a segurança do processo.
"O próprio Exército procurou o Ministério da Educação se colocando à disposição. Hoje o Enem é um ícone, é um símbolo nacional. O desafio do Estado brasileiro é que esse ícone seja reconhecido como tal, que seja respeitado. Se isso (presença das Forças Armadas) vai se realizar ou não vai depender desse mapeamento do processo e da decisão dos Correios de (apontar) eventuais áreas de fragilidade. Vamos agregar todos aqueles que têm disponibilidade de ajudar", disse.


Cancelamento das provas
O Ministério da Educação cancelou na madrugada da última quinta-feira (30) a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria aplicado no último final de semana, 3 e 4 de outubro, para mais de 4 milhões de pessoas em todo o País. O cancelamento teria ocorrido em virtude do vazamento da prova. As provas seriam aplicadas em 113.857 salas de 10.385 escolas do País.
As suspeitas de fraude ocorreram após um homem ter telefonado para o jornal O Estado de S. Paulo informando que tinha em mãos duas das provas que seriam aplicadas no sábado pelo Ministério da Educação. Nas provas do exame de ensino médio havia questões com o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, uma tirinha da personagem argentina Mafalda e um exercício sobre índices de desmatamento na Amazônia. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso.
Na última semana, a professora Itana Marques, representante do Connasel, afirmou não ter havido "fragilidade" na segurança dos exercícios. Por ser alvo de investigação da Polícia Federal, a professora evitou dar detalhes de que requisitos de logística seriam aprimorados ou alterados para garantir a segurança das futuras provas. O governo rescindiu o contrato com o Connasel nesta segunda.

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