Gestante de Aguaí perde bebê e família denuncia falta de atendimento

Gestante de Aguaí perde bebê e família denuncia falta de atendimento

Webmaster 04/07/2012 - 09:25
Jovem sentiu as dores do parto e procurou ajuda em três hospitais.
Para família, situação foi tratada com descaso pelos médicos.


Uma gestante de Aguaí (SP) perdeu o bebê devido à demora no atendimento médico. Grávida de nove meses, a dona de casa Patrícia Sanches Strazza, de 20 anos, sentiu as dores do parto e procurou o pronto-socorro da cidade. Ao chegar, um dos médicos tentou encaminhá-la para a central de vagas.

Antes de ser transferida, uma obstetra que havia chegado para o plantão examinou a jovem e deu alta a ela. Na ficha de atendimento consta que houve orientações sobre o trabalho de parto, mas a família nega.

“O médico que me examinou antes disse que iria me encaminhar para Mogi Guaçu. Só que a doutora disse que não era o caso, que eu não estava em trabalho de parto, disse para a minha mãe que eu não tinha contração, dilatação. Mas no papel ela colocou diferente, que orientou sobre trabalho de parto, mas isso não foi dito para nós em nenhum momento”, relatou a jovem.

A gestante e mãe dela resolveram procurar por um medico do Pronto-Socorro da Santa Casa de São João da Boa Vista (SP), mas enfrentou uma situação semelhante. “Ele disse que ela estava em trabalho de parto, mas que ele não poderia fazer nada e que ele aguentaria mais uma semana”, disse a mãe.

A jovem relata que voltou para casa, mas no dia seguinte não sentiu os movimentos do bebê. Mais uma vez ela procurou o Pronto-Socorro de Aguaí e só então conseguiu ser encaminhada para o Hospital de Mogi Guaçu. Lá, um exame acusou a morte da criança.

Justificativa
No Pronto-Socorro de Aguaí, nenhum médico quis comentar o caso. Mas, o primeiro a atender a jovem, o médico André Roberto, disse apenas que faltavam dois dias para que a gestação atingisse trinta e oito semanas e só após esse período poderia encaminhar a gestante para o Hospital de Mogi Guaçu.

A obstetra, que preferiu não se identificar, disse que deu alta à paciente e pediu que ela voltasse ao pronto-socorro caso houvesse sangramento, perda de líquido ou caso a dor aumentasse. Para ela, a morte do bebê foi uma fatalidade.

A secretária de Saúde de Aguaí, Janiele de Olveira Melo, afirmou que vai abrir sindicância para apurar o que aconteceu. Ela não descartou erro dos médicos que liberaram a paciente e da Central de Vagas do Estado. Caso seja confirmada a falha de algum médico do município, o responsável poderá ser demitido.

Já a assessoria da Santa Casa de São João da Boa Vista informou que o médico que atendeu a jovem fez os exames e constatou que ela, apesar da dor e contração, não tinha dilatação para fazer o parto. A assessoria informou também que os exames do bebê estavam normais.

A polícia vai investigar o caso como omissão de socorro. A família guarda o cartão do pré-natal. A mãe frequentou todas as consultas e não tinha nenhum problema de saúde. “De todo lado que a gente procurou ajuda, a gente não teve. Nem em Aguaí, nem em São João e eu achei que em Mogi-Guaçu o atendimento demorou muito, foi um pouco de descaso”, diz a mãe da jovem.

Fonte: G1 São Carlos


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