Dois dos três jovens mortos eram primos de soldado que facilitou ação.
Munição levada do depósito foi encontrada em Porto Ferreira nesta terça.
A Polícia Civil e o Exército irão investigar se a invasão do depósito de armas no domingo (1º), em Pirassununga (SP), tem relação com uma chacina ocorrida na mesma noite em Porto Ferreira (SP). Três jovens foram mortos a tiros. Dois deles seriam primos do soldado que facilitou a entrada dos bandidos no quartel, onde uma grande quantidade de munição foi furtada.
O material bélico foi recuperado em uma mata do Jardim Águas Claras, em Porto Ferreira, na manhã desta terça-feira. Segundo o comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve (11ª Bda Inf L) de Campinas, o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, os criminosos haviam levado aproximadamente três mil cartuchos de fuzil e pistola, além de duas munições para canhão 90.
As munições foram encontradas próximo onde ocorreu a chacina na noite de domingo. Segundo a polícia, as vítimas conversavam perto de uma viela, no Jardim Anésia 2, quando um homem usando touca se aproximou com uma arma calibre 12 e atirou. Dois jovens morreram na hora. Um terceiro conseguir fugir e chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Para a polícia, o crime tem ligação com o furto das munições do quartel. Já que dois dos homens mortos eram primos do soltado que confessou participação esquema. Para o delegado Eduardo Henrique Palmeira Campos, houve um desentendimento entre o grupo. “Pode ser que um dos elementos não aceitou a divisão dos produtos ilícitos”, disse.
Material furtado
Um soltado está preso no quartel do Exército em Pirassununga por ter confesso a participação no furto das munições. Outros quatro militares que faziam a guarda na noite do furto estão em prisão disciplinar porque há suspeita de que houve facilitação para a entrada dos ladrões.
A munição furtada do depósito foi encontrada em uma mata ao lado do Jardim Águas Claras, em Porto Ferreira. O material estava perto da trilha usada por moradores. Balas de fuzil, de pistola e duas bombas de canhão estavam intactas. “Havia umas seis caixas no local debaixo de uma coberta”, relata o sargento da Polícia Militar Celso Rodrigues.
A PM chegou ao material após a informação de parentes do soldado envolvido no crime. “Quando ocorreu o furto, nós convocamos todos os militares para comparecer no quartel no domingo. Ele faltou, assim como no dia seguinte. Então nos fomos buscá-lo”, disse o general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva
O soldado que confessou o crime não estava no quartel no momento da invasão. Ele teria passado informações aos suspeitos, que pularam o muro nos fundos no quartel e, em seguida, fugiram com as munições em dois veículos.
“Tem monitoramento por câmera no Paiol que não estava funcionando naquela semana, o que indica a participação de pessoas que conheciam o sistema de segurança do quartel. É muito difícil, pelas medidas implantadas, que alguém faça alguma ação sem que a guarda tome conhecimento”, ressaltou o general.
A operação para recuperar as munições mobilizou policiais militares, guaradas civis e mais 600 soldados do Exército, a maioria integrantes das Forças de Pacificação nas favelas do Rio.
Agora a Polícia Civil de Pirassununga e integrantes do serviço de inteligência militar vão seguir com as investigações para saber quem iria receber as munições.
Operação
Durante as operações de busca pela munição, foram apreendidas quase cinco quilos de drogas, entre maconha, crack e cocaína, 101 gramas de pasta de coca, 14 vidros de xilocaína e um vidro de bicarbonato, que seriam utilizados no refino da coca.
A operação também localizou dois rádios transmissores na frequência da polícia, um carregador e uma quantidade ainda não calculada de munição de armas calibre 45 e nove milímetros.
Fonte: G1 São Carlos
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