Alto custo da ração está entre os problemas, apontam criadores.
Produtor de Corumbataí reduziu produção em 10% e ainda tem prejuízo.
O alto custo de produção está levando criadores independentes de frango a abandonar a atividade em Descalvado (SP), a maior região produtora de frango do Estado de São Paulo. Na cidade, dezenas de granjas estão vazias.
A granja de Michel Gava criava 15 mil frangos por mês, mas ele cansou dos prejuízos e, na semana passada, fechou as portas. “Faz mais de 30 anos e nós nunca paramos. É a primeira vez que vamos ter que parar”, disse.
Gava trabalhava como produtor independente. Ele criava o frango por conta própria e arcava com todos os custos de produção. Em seguida, vendia as aves para a indústria. “A indústria não está pagando e tem o alto custo da ração. Milho e soja subindo”, explicou.
No Estado de São Paulo, apenas 7% dos criadores usam recursos próprios. A maioria passou a trabalhar no sistema de integração, quando os donos de granjas recebem da indústria a ração e os pintinhos.
Os criadores cuidam da engorda e recebem das empresas uma porcentagem dos lucros. Mas ainda há donos de granja que tentam se manter na atividade sem depender da indústria.
É o caso do criador Ademar Haberman Júnior, que é dono de um sítio em Corumbataí. Ele criava 80 mil frangos por mês, diminuiu a atividade em 10%, mas ainda tem prejuízo. “O preço do frango é R$ 1,90 e o custo está beirando R$ 2,10. Estou tendo um prejuízo de R$ 30 mil por mês”.
Haberman lembra que o preço do farelo de soja, usado na ração, mais do que dobrou no último ano, passando de R$ 650 para R$ 1,4 mil a tonelada. Agora, ele espera que os preços voltem a baixar. “Se persistir por mais dois ou três meses eu vou ter que parar. De momento tem que parar para acertar as contas. Se sobrar tentar de novo ou abandonar o ramo”, lamentou.
Fonte G1 São Carlos
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