Com novas regras, o aluguel de uma caçamba pode passar de R$ 80 para R$ 800, afirmam empresários.
Na tarde desta sexta-feira (19) vários empresários do ramo de caçambas de entulho se reuniram na Câmara Municipal com alguns vereadores para buscar solução para o descarte de restos de construção civil. O descarte que até hoje podia ser feito de forma gratuita, passará a ser cobrado até R$ 500,00 dependendo do material.
Até o momento o descarte era feito em uma área destinada pela prefeitura no Cidade Aracy, porém, na manhã de hoje o secretario de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, José Galizia e o diretor da secretaria de Serviços Públicos, Carlos Talarico, anunciaram que o descarte não poderá mais ser feito na entulheira do Aracy e que a única área licenciada na cidade para receber esse material é privada, pertencente a empresa AMX Ambiental.
Em nota enviada aos caçambeiros a AMX informou que por determinação da Prefeitura até o dia 30 de abril estará recebendo resíduos de classes A e B de forma gratuita. Após esta data será cobrado os valores abaixo.
Veja os valores
- Resíduo tipo A (entulho, alvenaria, areia, cerâmica): R$ 20,00 por metro cúbico.
- Resíduo tipo B (madeira, papel, ferro, vidro, metal): R$ 20,00 por metro cúbico.
- Resíduo tipo C (gesso, telha fibracimento/amianto): R$ 100,00 por metro cúbico.
- Material volumoso (placas de concreto de grande porte): R$ 30,00 por metro cúbico.
- Massa verde (poda de árvores, galhos, grama): R$ 80,00 por metro cúbico.
De acordo com os entulheiros o valor é um absurdo e inviável para eles e para quem contrata o serviço. "O valor é irreal, é um absurdo. O que nós queremos é que tenha uma área disponível para o descarte desses resíduos, não precisa ser de graça, mas um valor de R$ 20, R$ 25, que não ficará pesado para nós e nem para a população", comentou um dos empresários durante a reunião.
Hoje São Carlos possui 16 empresas do ramo com um total de 1500 caçambas. Segundo os empresários, são retiradas da cidade cerca de 100 caçambas por dia com um valor médio de R$ 80 para caçambas de 3m³ e de R$ 90 a R$ 100 para caçambas de 5m³.
O empresário Eduardo Araújo, em entrevista à imprensa afirmou que com o valor passado pela AMX, o preço de uma caçamba (que fica disponível para o contratante por 7 dias) terá um aumento de 120% para mais.
"Estamos tentando arrumar uma área para realizar o nosso descarte, um lugar que não seja caro, que seja em um valor viável. A área que tínhamos no Aracy foi fechada, a prefeitura alega que foi intervenção da CETESB. Nessa área privada que foi nos passado o valor é um absurdo. O preço de uma caçamba vai subir em média uns 120%, vai de R$ 80 para R$ 400, até R$ 800 dependendo do material", afirmou o empresário.
De acordo com o vereador Rodson do Carmo (PSDB), presente na reunião, o primeiro passo para resolver o problema seria entrar em contato com a CETESB e ver uma área em São Carlos disponível para realizar o descarte. "Primeiro tem que ver na CETESB a área que eles liberam que seja feito esses descarte, pois não adianta ver uma área primeiro e depois chegar lá e eles barrarem. Com essa área aprovada em mãos, aí levamos para o prefeito decidir o que será feito", comentou ele.
Os empresários tem uma reunião marcada com o prefeito Paulo Altomani (PSDB) na próxima terça-feira (23) para tentar solucionar o problema. "Se ele não nos atender e não resolver nada, temos dois caminhos, ou paramos com tudo, tiramos os caminhões da cidade e a prefeitura vai ter um gasto muito maior para recolher todo o entulho descartado na cidade, ou vamos chamar todos nossos motoristas e parar os caminhões na frente da prefeitura até que isso seja resolvido", afirmou um dos 11 empresários presentes na reunião.
São Carlos Agora
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